Danazol
Ações terapêuticas.
Inibidor das gonadotropinas. Profilático do angioedema.
Propriedades.
O danazol pode suprimir o eixo hipófiso-ovárico inibindo a produção de gonadotropinas na hipófise. Deprime o pico pré-ovulatório de produção de hormônio foliculoestimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH). Desta forma, reduz a produção de estrogênios ovarianos. Pode inibir por ação direta a produção ovárica de esteroides, une-se aos receptores de andrógenos, progesterona e glicocorticoides; une-se à globulina que liga hormônios sexuais e também o faz com corticosteroides, e pode aumentar a velocidade de liberação metabólica da progesterona. Na endometriose, atua devido à supressão da função ovárica, já que ambos os tecidos endometriais (o normal e o ectópico) tornam-se inativos e atróficos. Na doença fibrocística da mama, parece atuar pela supressão da estimulação estrogênica, mas é também possível um efeito direto sobre os receptores de esteroides no tecido mamário. No angioedema hereditário, aumenta os níveis séricos do inibidor da esterase C1, o que origina um aumento dos níveis do componente C4 do sistema do complemento. Metaboliza-se no fígado a metabólitos inativos; sua meia-vida é de 4½ horas e excreta-se por via renal.
Indicações.
Tratamento da endometriose, doença fibrocística da mama em pacientes que não respondem ao tratamento com analgésicos. Profilaxia do angioedema hereditário (cutâneo, abdominal e laríngeo).
Posologia.
No tratamento da endometriose e doença fibrocística da mama, recomenda-se iniciar no primeiro dia do ciclo menstrual (depois de ter sido descartada a gravidez). Na endometriose, o tratamento deve continuar de forma ininterrupta durante 3 a 6 meses e pode prolongar-se a 9 meses se necessário. Na doença fibrocística da mama, deve-se assegurar primeiro que não existe carcinoma de mama. Dose usual para adultos: - Endometriose: de moderada a grave, 400 mg 2 vezes ao dia; leve: 100 a 200 mg 2 vezes ao dia. Doença fibrocística da mama: 50 a 200 mg 2 vezes ao dia. Profilaxia do angioedema: 200 mg 2 ou 3 vezes ao dia até obter a resposta desejada; a seguir a dose de manutenção é determinada pela diminuição da dose inicial em 50% ou menos. Não foi estabelecida dosagem para crianças.
Reações adversas.
Na maioria das pacientes aparece amenorreia; mas pode também aparecer sangramento ocasional ou hemorragia nos primeiros meses do tratamento, o que não indica ineficácia do fármaco. São de incidência pouco frequente mas requerem atenção médica: aumento de peso, acne, cãibras ou espasmos musculares, cansaço ou debilidade não-habituais e, somente nas mulheres, diminuição do tamanho da mama, rouquidão ou voz mais grave, hirsutismo (efeitos androgênicos relacionados com a dose). Raras vezes aparecem sufocos, sudorese, nervosismo e, nas mulheres, ressecamento da vagina ou hemorragia genital.
Precauções.
Deverá ser cumprido o ciclo completo do tratamento, em cujo decorrer é conveniente utilizar métodos anticoncepcionais não hormonais e não empregar os administrados por via oral. O tratamento deverá ser suspenso se aparecerem sinais de masculinização. Não se recomenda utilizá-lo durante a gravidez e o período de lactação, devido aos possíveis efeitos androgênicos sobre o feto, se for de sexo feminino, ou no lactente.
Interações.
Potencializa o efeito anticoagulante dos derivados da cumarina, aumenta as concentrações sanguíneas de glicose e a resistência à insulina, como também aumenta as concentrações plasmáticas de ciclosporina e, portanto, aumenta o risco de nefrotoxicidade.
Contraindicações.
A relação risco-benefício deverá ser avaliada em pacientes com disfunção cardíaca grave, epilepsia, disfunção renal, diabetes mellitus, hemorragia genital anormal não-diagnosticada, disfunção hepática ou renal grave.