Corticotropina
Ações terapêuticas.
Estimulante da suprarrenal.
Propriedades.
A corticotropina é combinada com um receptor específico na membrana plasmática da célula suprarrenal; em pacientes com função adrenocortical normal, estimula a reação inicial envolvida na síntese de esteroides a partir do colesterol, mediante o aumento da quantidade de substrato dentro da mitocôndria. Em pacientes com insuficiência suprarrenal primária, a corticotropina não aumenta as concentrações séricas de cortisol; se a insuficiência adrenocortical é secundária à deficiência de corticotropina, a administração desta corrige essa deficiência. A corticotropina não é um corticosteroide; mesmo assim, compartilha com eles muitas de suas ações e precauções devido a sua capacidade para aumentar a síntese endógena de corticosteroides.
Indicações.
A corticotropina injetável é indicada como agente de diagnóstico da função suprarrenal. Insuficiência adrenocortical secundária. Rinite alérgica estacional ou perene grave. Doença do soro. Dermatomiosite sistêmica, lúpus eritematoso sistêmico. Síndrome de Stevens-Johnson. Psoríase. Doença de Crohn. Anemia hemolítica adquirida (autoimune). Trombocitopenia secundária em adultos. Coriorretinite. Herpes-zóster. Asma brônquica. Síndrome de Loeffler. Artrite reumatoide. Triquinose com implicação neurológica ou miocárdica. Crises mioclônicas infantis (anticonvulsivo).
Posologia.
Dose usual para adultos <196> agente de diagnóstico (função adreno-hipofisária), infusão intravenosa: 10 a 25 unidades em 500 ml de glicose a 5% administrados durante um período de 8 horas. Uso terapêutico <196> via IM ou subcutânea: 40 a 80 unidades ao dia, especificando para cada paciente a dose e a frequência de administração, conforme a doença tratada e o estado e a resposta do paciente. Doses pediátricas <196> via intravenosa ou subcutânea: 1,6 unidades/kg ou 50 unidades/m2/dia administradas em 3 a 4 doses. Via intramuscular: 1,6 unidades/kg ou 50 unidades/m2/dia em 1 só dose ou divididas em 2 doses.
Reações adversas.
O uso terapêutico crônico de corticotropina diminui a resistência à infecção, portanto o paciente pode estar predisposto a infecções bacterianas, fúngicas, parasitárias e virais. Pode dar reação alérgica: angioedema, broncospasmo e anafilaxia. Aumento da pressão arterial. Rubor no rosto e bochechas. Durante o uso a longo prazo, podem aparecer ardor abdominal, acne, melena, edemas na parte inferior das pernas, cãibras ou mialgias, distúrbios do ciclo menstrual, hematomas não habituais, cefaleias, estrias arroxeadas nos braços, rosto, pernas, tronco e virilhas.
Precauções.
Deve-se ter cuidado com pacientes geriátricos ou pediátricos, já que neles o risco de efeitos adversos aumenta. Nos estados agudos ou situações de emergência, não é recomendável a administração de corticotropina, tampouco durante a gravidez, não tendo sido demonstrados problemas durante a lactação. O uso crônico de corticotropina pode inibir o crescimento e desenvolvimento de crianças ou adolescentes.
Interações.
Durante a administração de aminoglutetimida, não é recomendável o uso de ACTH, já que diminui a resposta suprarrenal a esta última. A anfotericina-B também diminui a resposta suprarrenal. Com o uso terapêutico crônico da ACTH ou com doses diárias superiores às indicadas, pode-se provocar uma inibição do crescimento produzido por somatotropina, razão pela qual não é recomendável o uso simultâneo de somatotropina e ACTH. Em pacientes tratados com anfotericina-B ou indutores das enzimas hepáticas, pode-se reduzir a fidelidade do diagnóstico de insuficiência adrenocortical, pois os resultados dos testes de corticotropinas são alterados pelo efeito daqueles fármacos (pode aumentar o metabolismo do cortisol induzido pela administração de ACTH).
Contraindicações.
Insuficiência adrenocortical primária, hiperfunção adrenocortical que acompanhe qualquer doença onde esteja indicada a ACTH, insuficiência cardíaca congestiva ou hipertensão, herpes simples ocular, osteoporose, sensibilidade às proteínas de origem suína.