TERZA
EUROFARMA
cefdinir
Antibiótico.
Apresentações.
Pó para suspensão oral 250 mg/ 5 ml: embalagem com 1 frasco de 100mL, acompanha seringa dosadora com adaptador.
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 6 MESES DE IDADE
Composição.
Cada mL da apresentação com 250mg/5mL após reconstituição contém:
cefdinir 50 mg. Excipientes* q.s.p. 1 mL
Cada 5 mL da apresentação com 250mg/5mL após reconstituição contém:
cefdinir 250 mg. Excipientes* q.s.p. 5 mL
*Excipientes: sacarose, dióxido silício coloidal, goma xantana, citrato de sódio, ácido cítrico, aroma de morango, estearato de magnésio.
Informações técnicas.
1. INDICAÇÕES
Cefdinir é uma cefalosporina de terceira geração indicada para o tratamento de pacientes com infecção leve a moderada causada por bactérias suscetíveis nas condições abaixo:
Adultos e adolescentes:
Pneumonia adquirida na comunidade causada por Haemophilus influenzae (incluindo cepas produtoras de beta lactamase), Haemophilus parainfluenzae (incluindo cepas produtoras de beta lactamase), Streptococcus pneumoniae (cepas suscetíveis a penicilina, apenas) e Moraxella catarrhalis (incluindo cepas produtoras de beta lactamase).
Exacerbação Aguda de Bronquite Crônica causada por Haemophilus influenzae (incluindo cepas produtoras de beta lactamase), Haemophilus parainfluenzae (incluindo cepas produtoras de beta lactamase), Streptococcus pneumoniae (cepas suscetíveis a penicilina, apenas) e Moraxella catarrhalis (incluindo cepas produtoras de beta lactamase).
Sinusite Maxilar Aguda causada por Haemophilus influenzae (incluindo cepas produtoras de beta lactamase), Streptococcus pneumoniae (cepas suscetíveis a penicilina, apenas) e Moraxella catarrhalis (incluindo cepas produtoras de beta lactamase).
Faringite/Tonsilite causada por Streptococcus pyogenes
Nota: Cefdinir é eficaz na erradicação de S. pyogenes da orofaringe. Porém, não foi estudado para prevenção de febre reumática decorrente de faringite/tonsilite por S. pyogenes. Apenas penicilina intramuscular demonstrou eficácia para prevenção de febre reumática.
Infecções de pele e tecidos moles não complicadas causadas por Staphylococcus aureus (incluindo cepas produtoras de beta lactamase) e Streptococcus pyogenes.
Pacientes pediátricos:
Otite Média Bacteriana Aguda causada por Haemophilus influenzae (incluindo cepas produtoras de beta lactamase), Streptococcus pneumoniae (cepas suscetíveis a penicilina, apenas) e Moraxella catarrhalis (incluindo cepas produtoras de beta lactamase).
Faringite/Tonsilite causada por Streptococcus pyogenes
Nota: Cefdinir é eficaz na erradicação de S. pyogenes da orofaringe. Porém, não foi estudado para prevenção de febre reumática decorrente de faringite/tonsilite por S. pyogenes. Apenas penicilina intramuscular demonstrou eficácia para prevenção de febre reumática.
Infecções de pele e tecidos moles não complicadas causadas por Staphylococcus aureus (incluindo cepas produtoras de beta lactamase) e Streptococcus pyogenes.
2. RESULTADOS DE EFICÁCIA
Estudos Clínicos
Pneumonia adquirida na comunidade
Em um estudo controlado, duplo cego, em adultos e adolescentes, conduzido nos Estados Unidos, cefdinir em cápsulas de 300mg duas vezes ao dia por 10 dias foi comparado a cefaclor em cápsulas 500mg três vezes ao dia por 10 dias1.
Foram recrutados 690 pacientes, e randomizados 347 para o grupo de cefdinir e 343 para o grupo de cefaclor. Destes, 187 pacientes no grupo de cefdinir e 186 no grupo de cefaclor foram avaliados quanto aos desfechos clínico e microbiológico.
A resposta clínica e microbiológica nos pacientes disponíveis para o teste de cura em 6 a 14 dias pós final de terapia foram as seguintes:
O estudo concluiu que cefdinir foi equivalente a cefaclor no tratamento de PAC. Exceto pela incidência de diarreia, as taxas de eventos adversos (EA) foram equivalentes entre os 2 grupos de tratamento. A incidência de diarreia foi maior para pacientes recebendo cefdinir (13,7%) versus pacientes recebendo cefaclor (5,3%). Embora a incidência de diarreia tenha sido maior em pacientes tratados com cefdinir, ela foi geralmente leve e não levou à descontinuação do tratamento.
Em outro estudo randomizado, prospectivo, multicêntrico e com cegamento apenas do investigador, cefdinir em cápsulas de 300mg duas vezes ao dia por 10 dias foi comparado a amoxicilina-clavulanato em cápsula de 500/125 mg três vezes ao dia por 10 dias, no tratamento de pacientes entre 16 e 99 anos com PAC2. Avaliações clínicas, microbiológicas e de segurança foram realizadas na admissão do estudo, e nos dias D3 a 5, D7 a 14 (teste de cura - TOC) e D21 a 35 pós tratamento (seguimento tardio - LTFU). Dos 554 pacientes randomizados, 201 foram avaliados clinicamente (104 receberam cefdinir e 97 amoxicilina-clavulanato) - foram excluídos pacientes sem patógeno isolado no escarro ou avaliações microbiológicas e avaliações clínicas realizadas fora do tempo padrão. Cura clínica no TOC foi vista em 80% dos pacientes no grupo de cefdinir e em 89% dos pacientes no grupo de amoxicilina-clavulanato. A erradicação microbiológica aconteceu em 88% dos pacientes que rceberam cefdinir e 93% dos que receberam amoxicilina-clavulanato. Não houve diferenças entre as taxas de eventos adversos e taxas de descontinuação dos grupos, sendo o evento adverso mais comum a diarreia (8,3% dos pacientes no grupo de cefdinir e 8% no grupo de amoxicilina-clavulanato. O estudo concluiu que no desfecho clínico, cefdinir não foi tão eficaz quanto amoxicilina-clavulanato. Porém, a cura microbiológica nos dois grupos foi equivalente, assim como o restante das respostas clínicas. A agência regulatória americana (FDA) concluiu que o sucesso clínico e microbiológico contra M. catarrhalis, associado aos resultados publicados do estudo de Drehobl et al1 suportam a inclusão de M. catarrhalis na bula de eficácia para PAC.
Exacerbação Aguda de Bronquite Crônica
Estudo randomizado, duplo cego, prospectivo e multicêntrico avaliou a eficácia e segurança de 5 dias de cefdinir cápsulas de 300mg duas vezes ao dia em comparação a 10 dias de cefprozil cápsulas de 500mg duas vezes ao dia em 548 pacientes com exacerbação aguda de bronquite crônica (EABC)3. Destes, 281 pacientes foram avaliados na resposta clínica e microbiológica (foram excluídos pacientes cujas culturas de secreções não resultassem em nenhum isolado, ou aqueles avaliados em período não condizente com o protocolo do estudo). Assim, a taxa de cura clínica no grupo de cefdinir foi 114/142 (80%) e no grupo de cefprozil foi de 100/139 (72%); a taxa de cura microbiológica foi de 157/193 (81%) e 166/198 (84%) nos grupos de cefdinir e de cefprozil, respectivamente. A tabela abaixo ilustra a eficácia clínica nos pacientes disponíveis para avaliação no TOC.
As taxas de eventos adversos foram equivalentes entre os dois grupos de tratamento. A incidência de diarreia foi maior em pacientes recebendo cefdinir versus pacientes recebendo cefprozil; no entanto, a maioria dos casos foi leve e não levou à descontinuação do tratamento. O estudo concluiu que 5 dias de cefdinir é tão eficaz e seguro quanto 10 dias de cefprozil no tratamento de EABC.
Estudo clínico randomizado, duplo cego, paralelo e multicêntrico com 1045 pacientes adultos com exacerbação aguda de bronquite crônica, comparou 600mg de cefdinir em cápsulas uma vez ao dia por 10 dias, 300mg de cefdinir em cápsulas duas vezes ao dia por 10 dias e 250mg de cefuroxima em cápsulas duas vezes ao dia por 10 dias4. As avaliações clínica, microbiológica e de segurança foram realizadas na admissão ao estudo, no teste de cura (TOC entre D7 e D14, e no seguimento tardio (LTFU) entre os dias D21 e D35 pós início do tratamento. Os pacientes incluídos na análise de eficácia foram aqueles que apresentaram patógeno identificado na avaliação inicial, ou seja, 589 pacientes. Destes, 173 foram desqualificados na análise LTFU, restando 416 pacientes para avaliação de eficácia. A taxa de resposta clínica no grupo que recebeu cefdinir 1x/d, cefdinir 2x/d e cefuroxima 2x/d foram, respectivamente, 81%, 74% e 80% no TOC, e 93%, 95% e 93%. Durante o estudo, 116 pacientes desenvolveram superinfecção de trato respiratório (32 no grupo de cefdinir 1x/dia, 45 no grupo de cefdinir 2x/dia e 39 no grupo que recebeu cefuroxima. Onze pacientes foram reinfectados após o TOC com novos patógenos diferentes daqueles identificados na admissão do estudo (3 no grupo de cefdinir 1x/d, 6 no grupo de cefdinir 2x/d e 2 no grupo de cefuroxima). Não houve diferença entre os grupos na incidência de eventos adversos ou na taxa de descontinuação devido a eventos adversos.
Sinusite Maxilar Aguda
Dois estudos randomizados, com cegamento do investigador, multicêntricos foram conduzidos (um nos EUA compreendendo 1.229 pacientes e um na Europa compreendendo 569 pacientes) para comparar a segurança e eficácia de cefdinir versus amoxicilina-clavulanato em 1.798 pacientes com sinusite bacteriana aguda adquirida na comunidade.5. Pacientes receberam cefdinir cápsula na dose de 600mg/dia por 10 dias (n=585), 300mg 12/12h por 10 dias (n=610) ou amoxicilina-clavulanato cápsula na dose de 500mg 8/8h por 10 dias (n=603). A eficácia clínica foi avaliada no teste de cura (7 a 14 dias após o início do tratamento e no seguimento tardio (3 a 5 semanas após início do tratamento). 80% dos pacientes foram incluídos na análise de resultados. As taxas de resposta clínica foram semelhantes nos três grupos: no seguimento tardio, a taxa de cura no grupo que recebeu cefdinir uma vez ao dia foi de 159/169 (94%), no que recebeu duas vezes ao dia foi de 147/167 (88%), e no que recebeu amoxicilina-clavulanato foi de 186/203 (92%). As taxas de cura microbiológica foram as seguintes:
O estudo concluiu que cefdinir administrado uma ou duas vezes ao dia foi tão eficaz quanto amoxicilina-clavulanato três vezes ao dia no tratamento de sinusite bacteriana aguda adquirida na comunidade. O evento adverso mais frequente foi diarreia, ocorrendo em 20% de cada grupo, e esta foi a principal causa de descontinuação no grupo de cefdinir (no grupo de amoxicilina-clavulanato foi diarreia e náusea). Não houve alterações clínicas relevantes observada em nenhum dos grupos.
Outro estudo randomizado, com cegamento do investigador, multicêntrico (conduzido na Europa) comparou a eficácia e segurança de cefdinir cápsula vs amoxicilina-clavulanato cápsula em 569 pacientes entre 13 e 74 anos com sinusite maxilar aguda6. Os pacientes receberam 600mg de cefdinir 1x/dia por 10 dias (n=182), 300mg de cefdinir 2x/dia por 10 dias (n=198) ou 500/125mg de amoxiciclina-clavulanato três vezes ao dia por 10 dias (n=182). As avaliações clínica, microbiológica e de segurança foram realizadas em até 48h do início do tratamento, e no teste de cura (TOC), entre os dias D7 e D15 pós início do tratamento. A avaliação de recorrência ou persistência de infecção foi avaliada no seguimento tardio, entre os dias D21 a D25. Dos 567 pacientes que receberam tratamento, 274 pacientes tinham 1 patógeno isolado, e 101 tinham múltiplos patógenos isolados. 23 desses patógenos eram resistentes a cefdinir e 15 deles eram resistentes a amoxicilina-clavulanato (diferença não significativa) somando 375 pacientes. A cura clínica no TOC dentre os pacientes disponíveis para avaliação (295 pacientes) foi 95% no grupo de cefdinir 1x/d, 90% no grupo de cefdinir 2x/dia e 96% no grupo de amoxicilina-clavulanato. Em relação a população com intenção de se tratar (569 pacientes), a taxa foi de 91% no grupo de cefdinir 1x/d, 86% no grupo de cefdinir 2x/d e 91% no grupo de amoxicilina-clavulanato. Houve superinfecção diagnosticada no TOC em 4 pacientes no grupo de cefdinir 1x/d, e 1 paciente no grupo de amoxicilina-clavulanato. Todas elas eram susceptíveis aos medicamentos em teste (com exceção de M. catarrhalis, que não foi testado para cefdinir). Reinfecções foram diagnosticadas no LTFU em dois pacientes no grupo de cefdinir 1x/d e três pacientes no grupo de amoxicilina-clavulanato. A incidência de eventos adversos foi a mesma entre os grupos, embora o grupo que recebeu cefdinir 1x/d tenha tido menos descontinuações devido a eventos adversos que o grupo que recebeu amoxicilina-clavulanato. O evento mais comum em todos os grupos foi diarreia, seguido de cefaleia no grupo de cefdinir. Concluindo, Cefdinir 600 mg 1x/d ou 300 mg 2x/d foi tanto microbiologicamente quanto clinicamente eficaz quanto, ou melhor do que amoxicilina-clavulanato 500/125 mg 3x/d. Em todas as visitas de TOC e LTFU, os pacientes tratados com cefdinir 1x/d e amoxicilina-clavulanato apresentaram taxas de erradicação microbiológica e taxas de cura clínica mais altas do que os pacientes tratados com cefdinir 2x/d. No geral, os resultados indicam que o tratamento com cefdinir 1x/d e 2x/d foi bem tolerado pela maioria dos pacientes.
Otite Média Aguda
Estudo randomizado, multicêntrico, controlado, com cegamento do investigador foi conduzido para avaliar eficácia e segurança de cefdinir suspensão versus amoxicilina/clavulanato suspensão em 752 pacientes pediátricos com Otite Média Aguda (OMA)7. Os pacientes receberam 14mg/Kg de cefdinir uma vez ao dia, 7mg/Kg duas vezes ao dia, ou 13,3 mg/Kg de amoxicilina/clavulanato três vezes ao dia. Os grupos foram equilibrados do ponto de vista demográfico; o desfecho primário (cura ou melhora clínica) foi avaliado na visita do teste de cura (entre D11 e D16 pós terapia) e na visita de seguimento prolongado (entre D27 e D42). Do total de pacientes recrutados, 595 foram clinicamente avaliados, principalmente por ausência de compliance, ausência na consulta de teste de cura e ausência de sinais e sintomas clínicos na admissão. A taxa de sucesso clínico no teste de cura foi de 90,8% no grupo que recebeu cefdinir em dose única, 88,7% no que recebeu cefdinir duas vezes ao dia, e 89,9% no grupo que recebeu amoxicilina/clavulanato. Na visita de seguimento prolongado, as taxas foram 94%, 97% e 91%, respectivamente. No geral, as taxas de eventos adversos foram estatisticamente menores em pacientes recebendo cefdinir uma vez ao dia em comparação com os pacientes recebendo amoxicilina-clavulanato, sendo a diarreia o evento adverso mais comumente relatado em todos os grupos. Os outros eventos adversos relatados com mais frequência (presentes em ≥ 2% dos pacientes), infecções do trato respiratório superior (por exemplo, faringite, aumento da tosse e rinite), vômitos, distúrbios do ouvido, erupção cutânea, infecção e náusea foram os mais prevalentes em cada grupo de tratamento. Os autores concluíram que, para pacientes pediátricos com otite média supurativa aguda com efusão, cefdinir suspensão 14 mg/kg uma vez ao dia ou cefdinir 7 mg/kg duas vezes ao dia (dose diária total de 14 mg/kg) é tão eficaz quanto amoxicilina-clavulanato suspensão 13,3 mg/kg três vezes ao dia (total dose diária de 40 mg/kg).
Estudo prospectivo, randomizado, com cegamento do investigador, multicêntrico, conduzido nos Estados Unidos comparou a eficácia, segurança e satisfação dos pais com o uso do medicamento entre cefdinir (suspensão) e amoxicilina-clavulanato (suspensão) em 318 crianças com Otite Médica Aguda (OMA) não refratária8. Os pacientes receberam cefdinir 14mg/Kg divididos em duas tomadas por dia por 10 dias (n=159) ou 90/6.4 mg/kg de amoxicilina-clavulanato divididos em duas tomadas por 10 dias (n=159). As avaliações de desfecho foram registradas em até 48h da entrada no estudo, e ao final do tratamento (EOT), nos dias D12 a D15. Os pacientes eram avaliados clinicamente (anamnese, exame físico e otoscopia) e os pais ou tutores eram solicitados a responderem um questionário (15-item Otitis Parent Questionnaire), que avaliava sua experiência com o antibiótico prescrito para a criança. Houve uma diferença estatisticamente significativa entre os pacientes que se mantiveram consistentes no seguimento do protocolo no grupo de cefdinir e aqueles que se mantiveram no grupo de amoxicilina-clavulanato (99% e 93%, respectivamente). No EOT, as taxas de cura clínica em pacientes que receberam cefdinir e os que receberam amoxicilina-clavulanato, respectivamente, foram 82% (129 de 158 pacientes) e 85% (134 de 158 pacientes) na população com intenção de tratar, e 82% (123 de 150 pacientes) e 90% (129 de 143 pacientes) na população do protocolo. A tabela abaixo ilustra os resultados no EOT:
Diarreia ou fezes amolecidas foi mais frequente no grupo que recebeu amoxicilina-clavulanato que naquele de cefdinir (28% e 18%, respectivamente). Os eventos adversos mais comuns que requeriram tratamento foram diarreia, infecção de trato respiratório, rash associado a fralda e vômitos. A maioria dos eventos adversos foram leves ou moderados em intensidade e se resolveram rapidamente sem necessidade de tratamento adicional. O relatório de opinião dos pais/tutores sugeriu que cefdinir era mais fácil para se administrar e mais palatável; além disso, causava menos diarreia que amoxicilina-clavulanato. O estudo concluiu que tanto cefdinir quanto amoxicilina-clavulanato são eficazes para o tratamento de OMA não refratária quando há avaliação da população com intenção de tratar. Porém, na avaliação da população do protocolo, cefdinir foi menos eficaz que amoxicilina-clavulanato, em consequência da performance no subgrupo de menores de 2 anos de idade e naqueles com OMA recorrente.
Faringite/Tonsilite
Estudo randomizado, multicêntrico, controlado, com cegamento do investigador foi conduzido para avaliar a eficácia e segurança de cefdinir cápsula versus penicilina V cápsula no tratamento de faringite estreptocócica em 558 pacientes entre 13 e 76 anos9. 278 pacientes receberam cefdinir 300mg duas vezes ao dia por 5 dias (seguidos de mais 5 dias de placebo), e 280 pacientes receberam penicilina V quatro vezes ao dia por 10 dias. A cura clínica avaliada ao final do tratamento ou teste de cura (5 a 10 dias após o mesmo) foi o desfecho primário; a cura microbiológica avaliada no teste de cura foi um dos desfechos secundários. Dos 558 pacientes recrutados, 484 tinham cultura positiva para Streptococcus pyogenes na admissão de fato continuaram no estudo. Todos os isolados eram sensíveis para cefdinir e para penicilina V. A cura clínica e microbiológica avaliada no teste de cura está na tabela abaixo:
A diferença nas taxas de erradicação clínica e microbiológica mostram equivalência entre os dois tratamentos. Nos dois grupos, o tempo médio de melhora dos sintomas (segundo os questionários atribuídos aos pacientes) foi de três dias. Na avaliação na visita de seguimento em longo prazo (15 a 21 dias após o final do tratamento, 166 pacientes no grupo de cefdinir e 157 pacientes no grupo da penicilina, que já tinham erradicação microbiológica no teste de cura, estavam disponíveis para avaliação. Destes, 93,9% dos pacientes que receberam cefdinir e 96,8% dos que receberam penicilina ainda tinham culturas negativas para S. pyogenes. Ambos os tratamentos foram bem tolerados, com taxas de reações adversas de 18,3% em pacientes recebendo cefdinir e 15,0% em pacientes recebendo penicilina V. A reação adversa mais comum em ambos os grupos foi diarreia. Outras reações adversas relativamente comuns foram náusea, dor de cabeça, dor abdominal, dispepsia e monilíase vaginal. A monitorização dos dados laboratoriais indicou uma tendência para contagens de leucócitos periféricos mais baixas e neutrofilia em ambos os grupos de tratamento, consistente com a resolução da infecção. A elevação transitória das enzimas hepáticas foi observada após a terapia em ambos os grupos, e não teve significado clínico.
Estudo randomizado, multicêntrico, controlado, com cegamento do investigador foi conduzido para avaliar a eficácia e segurança de cefdinir versus penicilina V no tratamento de faringite estreptocócica em 792 pacientes pediátricos10. Os pacientes receberam 14mg/Kg de cefdinir (suspensão) uma vez ao dia por 10 dias (n=264), ou 7mg/Kg de cefdinir suspensão duas vezes ao dia por 10 dias (n=264) ou 10mg/Kg de penicilina V (suspensão) uma vez ao dia por 10 dias (n=264). Os grupos eram equilibrados do ponto de vista demográfico e clínico. Avaliações clínicas, microbiológicas e de segurança foram feitas na admissão, entre os dias 3 e 5 do tratamento, entre os dias 4 e 9 e/ou 6 e 14 após o tratamento, e uma vez entre os dias 17 e 24 após o tratamento. Dos 792 pacientes recrutados, 682 foram microbiologicamente acessíveis - não foram avaliados aqueles não comprometidos a quantidade de doses pré estabelecidas, ou que faltaram as visitas agendadas ou que tiveram cultura de orofaringe negativa na avaliação inicial. A erradicação microbiológica e a cura clínica estão resumidas na tabela abaixo:
A cura clínica e erradicação microbiológica foram significativamente maiores nos grupos que receberam cefdinir que naquele que recebeu penicilina. As taxas de eficácia clínica e microbiológica na visita de seguimento prolongado estão resumidas na tabela abaixo:
As taxas de reações adversas foram comparáveis nos 3 braços de tratamento. A reação adversa mais frequente em todos os 3 grupos foi diarreia, que geralmente foi leve; nenhum paciente descontinuou o tratamento por causa da diarreia. Os testes de laboratório mostraram contagens periféricas de leucócitos e neutrófilos diminuindo para o normal em todos os grupos de tratamento, consistente com a resolução da infecção. Um paciente recebendo cefdinir duas vezes ao dia e 2 pacientes recebendo penicilina apresentaram elevações transitórias nos níveis de AST e ALT. Tanto cefdinir quanto penicilina V foram bem tolerados e não houve diferença na incidência de eventos adversos entre os grupos.
Infecções agudas não complicadas de pele
Estudo randomizado, multicêntrico, controlado, com cegamento do investigador foi conduzido para comparar a eficácia e segurança de cefdinir suspensão versus cefalexina suspensão no tratamento de infecções agudas não complicadas de pele (impetigo, dermatite infectada, infecção em ferida e celulite)11. Foram recrutadas 394 crianças entre 6 meses e 13 anos, que receberam 7mg/Kg de cefdinir duas vezes ao dia por 10 dias ou 10mg/Kg de cefalexina quatro vezes ao dia. Os grupos eram semelhantes do ponto de vista demográfico e clínico. As avaliações clínicas e microbiológicas foram realizadas entre 7 e 14 dias após o término do tratamento (teste de cura), e o seguimento de longo prazo foi feito entre os dias 21 e 35 após o mesmo. Um total de 231 pacientes foram incluídos, sendo que as causas mais comuns para exclusão foram resistência do patógeno a um dos medicamentos, ausência de patógeno isolado na admissão e ausência de uso correto do medicamento. Não houve diferença estatisticamente significativa na cura microbiológica entre os grupos, sendo 164/165 (99,4%) no grupo de cefdinir e 152/156 (97,4% no grupo de cefalexina (p=0,135). Em relação a cura clínica, as taxas foram de 116/118 (98,3% no grupo de cefdinir) e 106/113 (93,8% no grupo de cefalexina (p=0,056). No seguimento de longo prazo a taxa de recorrência de infecção foi de 1,9% no grupo de cefdinir e de 4,1% no grupo de cefalexina. O estudo concluiu que cefdinir e cefalexina nas doses e posologias testadas foram semelhantes em relação a cura clínica e microbiológica de infecções agudas de pele não complicadas.
Estudo prospectivo, paralelo, randomizado, multicêntrico e com cegamento do investigador foi conduzido nos Estados Unidos com o objetivo de comparar a eficácia e segurança de cefdinir cápsulas e cefalexina cápsulas no tratamento de infecções de pele e tecidos moles não complicadas12. Os pacientes receberam cefdinir 300mg via oral 2x/dia por 10 dias (n=191) ou 250mg de cefalexina 4x/dia por 10 dias (n=200). Abscessos (26%), infecção em ferida (2$%) e celulite (21%) contabilizaram a maioria das infecções, sem diferença estatisticamente significativa de incidência entre os grupos. Avaliação clínica, microbiológica e de segurança foi realizada em até 48h de entrada no estudo, ao final do tratamento (EOT, ou seja, D12 a D14) e no teste de cura (TOC, ou seja, D17 a D24). A amostra de tecido para avaliação microbiológica foi coletada na avaliação inicial e no teste de cura (ou caso houvesse indicação clínica). Além disso, os pacientes completaram questionários relacionados ao uso dos medicamentos, em termos de fidelidade ao protocolo, sintomas e satisfação com o medicamento.
A população clinicamente avaliável para análise de eficácia excluiu 47 pacientes (23 devido ao descumprimento do regime de tratamento designado, 14 por receber medicamentos proibidos durante a participação no estudo, 12 por não retornar para a visita de TOC, 6 por não atender aos critérios de admissão, 5 por ter comorbidade confundidora e 4 por terem tido uma visita de TOC fora de hora). Além das razões citadas para os pacientes serem clinicamente inavaliáveis, 15 e 18 pacientes nos grupos cefdinir e cefalexina, respectivamente, foram excluídos das análises clínicas e bacteriologicamente avaliáveis por causa de uma cultura negativa na linha de base. Não houve diferenças estatisticamente significativas entre as respostas clínicas dos grupos. Na visita de teste de cura, a taxa de cura clínica para ambos os grupos de tratamento foi de 89% entre a população clinicamente avaliável (151 de 170 pacientes que receberam cefdinir e 154 de 174 pacientes que receberam cefalexina) e 88% entre a população clínica e microbiologicamente disponível (136 de 155 pacientes que receberam cefdinir e 137 de 156 pacientes que receberam cefalexina). Na população com intenção de se tratar, a taxa de cura clínica foi de 83% para os pacientes tratados com cefdinir (158 de 191 pacientes) e 82% para os pacientes tratados com cefalexina (163 de 200 pacientes). As taxas de erradicação por patógeno, avaliadas no TOC, podem ser vistas na tabela abaixo:
Os eventos adversos mais comuns relacionados ao tratamento foram diarreia, náusea e corrimento vaginal. A maioria deles foram leves ou moderados e se resolveram rapidamente sem intervenções. O estudo concluiu que cefdinir é comparável a cefalexina no tratamento de infecções de pele e tecidos moles não complicadas, e que pelos pacientes foi melhor avaliado para tratar a infecção, muito pela conveniência posológica.
Referências:
1. Drehobl M, Bianchi P, Keyserling CH, Tack KJ, Griffin TJ. Comparison of cefdinir and cefaclor in treatment of community-acquired pneumonia. Antimicrob Agents Chemother. 1997 Jul;41(7):1579-83. doi: 10.1128/AAC.41.7.1579. PMID: 9210689; PMCID: PMC163963.
2. Protocol 983-26. Comparison of cefdinir and amoxicillin-clavulanate in treatment of community-acquired bacterial pneumonia. U.S. FDA Medical and Statistical Review for Omnicef®. Application No. 50-739 and 50-749. 1997
3. Fogarty CM, Bettis RB, Griffin TJ, Keyserling CH, Nemeth MA, Tack KJ. Comparison of a 5 day regimen of cefdinir with a 10 day regimen of cefprozil for treatment of acute exacerbations of chronic bronchitis. J Antimicrob Chemother. 2000;45(6):851-858
4. Van Herwaarden CL, Langan CE, Siemon G, Rudolph C, Keyserling CH, Nemeth MA, Tack KJ. International study comparing cefdinir and cefuroxime axetil in the treatment of patients with acute exacerbation of chronic bronchitis. Int J Infect Dis. 2000;4:26-33.
5. Gwaltney JM Jr, Savolainen S, Rivas P, Schenk P, Scheld WM, Sydnor A, Keyserling C, Leigh A, Tack KJ. Comparative effectiveness and safety of cefdinir and amoxicillin-clavulanate in treatment of acute community-acquired bacterial sinusitis. Cefdinir Sinusitis Study Group. Antimicrob Agents Chemother. 1997;41:1517-1520.
6. Steurer M, Schenk P. Efficacy and safety of cefdinir in the treatment of maxillary sinusitis. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2000;257:140-148
7. Adler M, McDonald PJ, Trostmann U, Keyserling C, Tack K. Cefdinir versus amoxicillin/clavulanic acid in the treatment of suppurative acute otitis media in children. Eur J Clin Microbiol Infect Dis. 1997;16:214-219
8. Block SL, Schmier JK, Notario GF, Akinlade BK, Busman TA, Mackinnon GE 3rd, Halpern MT, Nilius AM. Efficacy, tolerability, and parent reported outcomes for cefdinir vs. high-dose amoxicillin-clavulanate oral suspension for acute otitis media in young children. Curr Med Res Opin. 2006;22:1839-1847
9. Tack KJ, Henry DC, Gooch WM, Brink DN, Keyserling CH. Five-day cefdinir treatment for streptococcal pharyngitis. Cefdinir Pharyngitis Study Group. Antimicrob Agents Chemother. 1998a;42:1073-1075 10.
11. Tack KJ, Keyserling CH, McCarty J, Hedrick JA. Study of use of cefdinir versus cephalexin for treatment of skin infections in pediatric patients. The Cefdinir Pediatric Skin Infection Study Group. Antimicrob Agents Chemother. 1997b;41:739-742.
12. Giordano PA, Elston D, Akinlade BK, Weber K, Notario GF, Busman TA, Cifaldi M, Nilius AM. Cefdinir vs. cephalexin for mild to moderate uncomplicated skin and skin structure infections in adolescents and adults. Curr Med Res Opin. 2006;22:2419-2428
3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Descrição
Código ATC J01DD15; antimicrobiano betalactâmico cefalosporínico de terceira geração.
Propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas
Absorção
Biodisponibilidade oral: Concentrações plasmáticas máximas de cefdinir ocorrem 2 a 4 horas após ingestão da cápsula ou suspensão. Essas concentrações aumentam com a dose, mas este aumento é menor que a proporção de aumento de 300mg (7mg/Kg) para 600mg (14mg/Kg). Após a administração da suspensão em adultos saudáveis, a biodisponibilidade de cefdinir é 120% quando comparada com as cápsulas. A biodisponibilidade absoluta da suspensão de cefdinir é de 25%.
Efeito do alimento: A Cmax e a ASC de cefdinir cápsulas estão reduzidos em 16% e em 10%, respectivamente, quando administrados com uma refeição com alto teor de gordura. Em adultos que recebem suspensão de 250mg/5mL com refeição com alto teor de gordura, o Cmax e a ASC de cefdinir são reduzidos em 44% e em 33%, respectivamente. Cefidnir suspensão oral de 250mg/5mL é bioequivalente aquela de 125mg/5mL em adultos saudáveis em condições de jejum. A magnitude dessas reduções provavelmente não é clinicamente significativa porque os estudos de segurança e eficácia da suspensão oral em pacientes pediátricos foram conduzidos sem considerar a ingestão de alimentos.
Cefdinir suspensão: as concentrações plasmáticas e parâmetros farmacocinéticos após administração de dose oral única de 7 e de 14mg/Kg de cefdinir para pacientes pediátricos (de 6 meses a 12 anos) estão apresentadas na tabela a seguir:
Doses múltiplas: cefdinir não se acumula no plasma após uma ou duas administrações diárias a indivíduos com função renal normal.
Distribuição:
O volume médio de distribuição (Vdárea) de cefdinir em indivíduos adultos é 0,35 L/Kg (±0,29); em indivíduos pediátricos (entre 6 meses e 12 anos), o Vdárea é 0,67 L/Kg (±0,38). Cefdinir é 60 a 70% ligado a proteínas plasmáticas em adultos e crianças, e isso independe da concentração.
Tecido cutâneo: em indivíduos adultos, a mediana (intervalo de confiança) das concentrações de fluido de cefdinir foram de 0,65 (0,33-1,1) e 1,1 (0,49-1,9) mg/mL 4 a 5 horas após a administração de doses de 300mg e 600mg respectivamente. A média (desvio padrão) dos valores de Cmax e ASC (0-∞) foram 48% (±13) e 91% (±18) dos valores plasmáticos correspondentes.
Tecido tonsilar: em pacientes adultos submetidos a tonsilectomia eletiva, a mediana das concentrações de cefdinr no tecido tonsilar 4 horas após a administração de dose única de 300mg e 600mg foi de 0,25 (0,22-0,46) e 0,36 (0,22-0,80) mg/g. As concentrações médias no tecido tonsilar foram de 24% (±8) das concentrações plasmáticas correspondentes.
Tecido dos seios da face: em pacientes adultos submetidos a cirurgia eletiva em seios maxilar e etmoidal, as medianas respectivas de concentração no tecido sinusal 4 horas após a administração de dose única de 300mg ou 600mg foram < 0,12 ( < 0,12-0,46) e 0,21 ( < 0,12-2,0) mg/g. As concentrações médias no tecido sinusal foram 16% (±20) das concentrações plasmáticas correspondentes.
Tecido pulmonar: em pacientes adultos submetidos a broncoscopia, a mediana das concentrações de cefdinir em mucosa brônquica 4 horas após administração de dose única de 300mg ou 600mg foi de 0,78 ( < 0,06-1,33) e 1,14 ( < 0,06-1,92) mg/mL, e foram 31% (±18) das concentrações plasmáticas correspondentes. As medianas das respectivas concentrações no fluido de revestimento epitelial foram de 0,29 ( < 0,3-4,73) e 0,49 ( < 0,3-0,59) mg/mL, e foram 35% (±83) das concentrações plasmáticas correspondentes.
Fluido do ouvido médio: em 14 pacientes pediátricos com otite média aguda bacteriana, a mediana das concentrações de cefdinir no fluido do ouvido médio 3 horas após administração de 7 e 14 mg/Kg foram 0,21 ( < 0,09-0,94) e 0,72 (0,14-1,42) mg/mL. A média das concentrações no fluido do ouvido médio foram 15% (±15) das concentrações plasmáticas correspondentes.
Líquido cérebro-raquidiano: dados da penetração de cefdinir no líquido cefalo-raquidiano não estão disponíveis.
Metabolismo e Excreção:
O cefdinir não é significativamente metabolizado. A atividade é principalmente devido ao fármaco original. O cefdinir é eliminado principalmente por via renal, com meia vida (t1/2) média de 1,7 (±0,6) horas. Em indivíduos saudáveis com função renal normal, o clearence renal é 2,0 (±1,0) mL/min/Kg, e o clearance oral aparente é de 11,6 (±6,0) e 15,5 (±5,4) mL/min/kg após doses de 300 e 600 mg, respectivamente. A porcentagem média da dose recuperada e não modificada na urina após administração de 300mg e 600mg é de 18,4% (±6,4) e 11,6% (±4,6), respectivamente. O clearence de cefdinir é reduzido em pacientes com disfunção renal (ver Populações especiais: Pacientes com Insuficiência Renal).
Como a excreção renal é o principal meio de eliminação do fármaco, a dose deve ser ajustada em pacientes com comprometimento renal ou que estão em hemodiálise (ver Posologia e Administração).
Populações especiais:
Pacientes com Insuficiência Renal: a farmacocinética de cefdinir foi investigada em 21 indivíduos adultos com diferentes graus de insuficiência renal. A diminuição na taxa de eliminação de cefdinir, clearence oral aparente e clearence renal foram proporcionais a redução no clearence de creatinina (CLCr). Assim, as concentrações plasmáticas de cefdinir foram maiores e mais duradouras em indivíduos com disfunção renal que naqueles com função renal normal. Em indivíduos com CLCr entre 30 e 60 mL/min, o Cmax e o t1/2 aumentou em aproximadamente 2 vezes e a ASC em aproximadamente 3 vezes. Em indivíduos com CLCr < 30 mL/min, o Cmax aumentou em 2 vezes, o t1/2 em aproximadamente 5 vezes e a ASC em aproximadamente 6 vezes. O ajuste de dose é recomendado em pacientes com insuficiência renal grave (CLCr < 30 mL/min; ver Posologia e Administração).
Hemodiálise: a farmacocinética de cefdinir foi estudada em 8 indivíduos submetidos a hemodiálise. Diálise (4 horas de duração) removeu 63% do cefdinir do corpo e reduziu a meia vida de 16 (±3,5) para 3,2 (±1,2) horas. O ajuste de dose é recomendado nesta população (ver Posologia e Administração).
Doença hepática: como o cefdinir é eliminado predominantemente por via renal, e não é metabolizado, estudos em pacientes com insuficiência hepática não foram conduzidos. Não se espera que seja necessário ajuste de dose nessa população.
Pacientes idosos: o impacto da idade na farmacocinética de cefdinir após dose de 300mg foi avaliado em 32 pacientes entre 19 e 91 anos de idade. A exposição sistêmica de cefdinir esteve aumentada nos pacientes idosos (n=16), Cmax em 44% e ASC em 86%. Este aumento foi consequência da redução do clearence de cefdinir. O volume de distribuição aparentemente também foi reduzido, não havendo alterações na meia vida (idosos: 2,2 ± 0,6 horas vs jovens: 1,8 ± 0,4 horas). Como o clearence de cefdinir é relacionado a alterações na função renal mais do que a idade, paciente idosos não requerem ajuste de dose a não ser que tenham insuficiência renal grave (CLCr < 30 mL/min, ver Pacientes com Insuficiência Renal, acima).
Gênero e raça: os resultados de metanálise de farmacocinética clínica (n=217) indicaram ausência de impacto de gênero ou raça na farmacocinética de cefdinir.
Microbiologia
Mecanismo de ação
Como outras cefalosporinas, a atividade bactericida de cefidnir resulta da inibição da síntese da parede celular bacteriana.
Cefdinir é estável na presença de algumas, mas não de todas, enzimas beta-lactamases. Em consequência, muitos organismos resistentes a penicilinas e a algumas cefalosporinas são suscetíveis a cefdinir.
Mecanismo de resistência
Resistência a cefdinir ocorre através da hidrólise por betalactamases, alterações nas proteínas ligadoras de penicilinas, e diminuição na permeabilidade. Cefdinir é inativo contra espécies de Pseudomonas spp e Enterobacter spp, Enterococcus spp, estreptococos resistentes a penicilina, e estafilococos resistentes a meticilina. H. influenzae não produtores de betalactamase mas resistentes a ampicilina são tipicamente não suscetíveis a cefdinir.
Atividade antimicrobiana
Cefdinir demonstrou ser ativo contra a maioria das cepas dos seguintes microrganismos, tanto in vitro quanto em infecções clínicas, conforme descrito em INDICAÇÕES.
• Aeróbios Gram-positivos:
Staphylococcus aureus (apenas cepas suscetíveis à meticilina)
Streptococcus pneumoniae (apenas cepas suscetíveis a penicilina)
Streptococcus pyogenes
Aeróbios Gram-negativos:
Haemophilus influenzae
Haemophilus parainfluenzae
Moraxella catarrhalis
Os dados in vitro a seguir estão disponíveis, porém seu significado clínico é desconhecido.
Cefdinir exibe concentrações inibitórias mínimas (CIMs) in vitro de 1 mg/mL ou menos contra (≥90%) cepas dos seguintes microrganismos; porém a segurança e eficácia de cefdinir no tratamento de infecções clínicas por esses microrganismos não foram estabelecidos em estudos clínicos bem controlados e adequados.
• Aeróbios Gram-positivos:
Staphylococcus epidermidis (apenas cepas suscetíveis a meticilina)
Streptococcus agalactiae
Estreptococos do grupo viridans
NOTA. Cefdinir é inativo contra espécies de enterococos e estafilococos resistentes a meticilina.
• Aeróbios Gram-negativos
Citrobacter diversus
Escherichia coli
Klebsiella pneumoniae
Proteus mirabilis
Métodos de teste de suscetibilidade
Os testes de suscetibilidade devem ser realizados utilizando métodos labora