LUFTAGASTROPRO
R. BENCKISER
sódio, alginato + potássio, bicarbonato
Antiácido.
Apresentações.
Suspensão oral contendo 100 mg/mL de alginato de sódio + 20 mg/mL de bicarbonato de potássio.
Frascos contendo 150 mL.
Sachês contendo 10 mL disponíveis em unidades ou em embalagem contendo 12 sachês.
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 12 ANOS
Composição.
Cada 10 mL da suspensão contém: alginato de sódio 1000 mg; bicarbonato de potássio 200 mg. Excipientes: carbonato de cálcio, carbomer, hidróxido de sódio, sacarina sódica, aromatizante de menta, metilparabeno, propilparabeno e água purificada.
Informações técnicas.
1. INDICAÇÕES
LUFTAGASTROPRO é um medicamento indicado para os sintomas do refluxo de ácidos, bile e pepsina no esôfago, como regurgitação ácida, queimação e dispepsia, inclusive após cirurgias gástricas, hérnia de hiato e esofagite. Indicado também para os sintomas do refluxo supraesofágico. Pode ser utilizado durante o tratamento com inibidores da bomba de próton ou antagonistas dos receptores H2.
2. RESULTADOS DE EFICÁCIA
Diversos estudos comprovaram a eficácia clínica do alginato de sódio no controle dos sintomas dispépticos, inclusive aqueles que ocorrem durante a gestação. Uma revisão sobre o assunto foi recentemente publicada, concluindo que medicações a base do alginato de sódio têm rápido início de ação, semelhante aos antiácidos comuns, mas com maior duração de ação que esta classe (até 4 h vs. 30-40 minutos) (1).
Chatfield e cols. (2) avaliaram num estudo multicêntrico, duplo-cego randomizado e controlado com placebo, a eficácia de LUFTAGASTROPRO em comparação com placebo, em 98 pacientes com doença do refluxo gastroesofágico. Após duas e quatro semanas, a melhora obtida com LUFTAGASTROPRO foi superior ao placebo tanto na avaliação do paciente quanto pela avaliação médica. Observou-se menor taxa de abandono do estudo por falta de eficácia ou eventos adversos no grupo placebo em comparação com o grupo tratado com LUFTAGASTROPRO (40% vs. 21%; p = 0,04).
Giannini e cols. (3) avaliaram eficácia e segurança de LUFTAGASTROPRO tendo como comparador um antiácido a base de magaldrato (aluminato de magnésio hidratado) num estudo aberto envolvendo 191 pacientes com duração de 14 dias. Observou-se maior frequência de resposta clínica (melhora dos sintomas de refluxo) em menos de 30 minutos no grupo que usou LUFTAGASTROPRO (49,4% vs. 40,4%; p = 0,0074). Além disso, uma maior proporção de pacientes reportou remissão completa dos sintomas após o uso de LUFTAGASTROPRO (81,6% vs. 73,9%).
Lindow e cols. (4) avaliaram em um estudo aberto e multicêntrico, a eficácia e segurança de LUFTAGASTROPRO em gestantes com sintomas de refluxo. Cento e quarenta e oito gestantes com idade gestacional inferior a 38 semanas foram tratadas com LUFTAGASTROPRO (5-10 mL por tomada no momento dos sintomas, até o máximo de 40 mL/dia) durante 4 semanas. O tratamento foi considerado como "muito bom" ou "bom" em 88% das pacientes. A maior parte das pacientes (57%) reportou melhora dos sintomas em até 10 minutos após a administração da medicação, e quase todas (93%) tiveram melhora em até 20 minutos. A taxa de complicações peri-parto foi considerada dentro do esperado para gestações normais e nenhum evento adverso sério observado nas mães e nos conceptos foi considerado atribuível ao tratamento com LUFTAGASTROPRO.
A eficácia e segurança do alginato de sódio em gestantes foi confirmada no estudo publicado por Uzan e cols. (5), no qual 50 gestantes no 2o e 3o trimestres de gestação foram tratadas. Observou-se pelo menos alguma melhora em 98% das pacientes, sendo que a resposta foi classificada como "boa" ou "muito boa" em 72%. A tolerabilidade foi considerada "excelente" em 38% e "boa" em 48% dos casos. Nenhum evento adverso relacionado à gestação foi reportado.
Dettmar e cols. (6) compararam o alginato de sódio (20 mL de suspensão com alginato de sódio 50mg/ml, bicarbonato de sódio 26,7mg/ml e carbonato de cálcio 16mg/ml) com omeprazol (10 mg), ranitidina (75 mg) e controle (água) quanto à rapidez para a elevação do pH gástrico e para o alívio de sintomas relacionados ao refluxo gastroesofágico. Como era de se esperar pelo seu mecanismo de ação que dispensa a absorção sistêmica, o alginato de sódio foi superior na 1a hora pós-administração em manter o pH gástrico mais elevado e em controlar os sintomas de refluxo, em comparação com omeprazol e ranitidina e também com o controle. Os mesmos autores demonstraram em um estudo de farmacocinética que a administração da suspensão a base de alginato de sódio não interfere na absorção de omeprazol, possibilitando, desta forma, a administração dos dois medicamentos ao mesmo paciente (7).
O tratamento combinado com cimetidina (200 mg) e alginato de sódio (500 mg), administrados 4 vezes ao dia, foi comparado com a cimetidina em dose plena (400 mg, 4 vezes ao dia) em um estudo clínico envolvendo 312 pacientes. Após 12 semanas de acompanhamento, 91,6% dos pacientes em uso da terapia combinada apresentaram melhora dos sintomas de refluxo, em comparação com 75,3% dos pacientes usando apenas cimetidina (p < 0,01) (8).
McGlashan e cols (9). Avaliaram 49 pacientes com diagnóstico de refluxo supraesofágico, (índice de sintomas de refluxo [ISR] > 10 juntamente com escore de achados de refluxo [EAR] > 5), que foram randomizados para tratamento com LUFTAGASTROPRO (10 mL após as três principais refeições e antes de dormir) ou para observação apenas. Inicialmente, todos os pacientes foram acompanhados por 2 meses, período este que poderia ser estendido até 6 meses a critério do investigador. Os desfechos primário e secundário foram as variações no ISR e no EAR entre o início do acompanhamento e após 2 meses, respectivamente. Observou-se melhora no ISR nos dois grupos, mas a diferença entre o basal e a avaliação de 2 meses nos pacientes tratados com LUFTAGASTROPRO foi estatisticamente superior ao observado no grupo sem tratamento (diferença = -5,26; IC95%, -8,81 a -1,72; p =0,005). Quanto ao EAR, somente os pacientes tratados com LUFTAGASTROPRO apresentou melhora significante do EAR (p < 0,01). Como em outros estudos com LUFTAGASTROPRO, o perfil de segurança foi extremamente favorável: o número de eventos adversos reportados foi semelhante entre os grupos LUFTAGASTROPRO e controle (136 e 127 eventos adversos, respectivamente). Dez eventos (7% do grupo LUFTAGASTROPRO) foram considerados possivelmente ou provavelmente relacionados ao medicamento em investigação.
3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Após a ingestão de LUFTAGASTROPRO, a suspensão reage rapidamente com o ácido gástrico e forma um aglomerado de gel de ácido algínico com pH aproximadamente neutro, que possui baixa densidade devido ao dióxido de carbono formado a partir da reação do bicarbonato de potássio com o ácido gástrico, e assim flutua sobre o conteúdo estomacal impedindo o refluxo gastresofágico por até 4 horas. Em casos severos, a barreira de gel de ácido algínico pode refluir pelo esôfago em substituição ao conteúdo gástrico, promovendo alívio da pirose e queimação. Além disso, há evidências in vitro de que a barreira é capaz de capturar e manter em seu interior a bile e a pepsina, promovendo proteção da mucosa esofágica da ação destas substâncias.
LUFTAGASTROPRO não possui nenhuma ação farmacológica, uma vez que não é absorvido pela circulação sistêmica. A formação do aglomerado de gel de ácido algínico é muito rápida, em torno de 15 segundos, pois independe de processos biológicos. Por este motivo, o início do alívio dos sintomas dispépticos costuma ser muito rápido após a administração do alginato de sódio.
Um estudo pré-clínico confirmou que a absorção sistêmica dos alginatos administrados por via oral é desprezível; após a alimentação de ratos com alginatos marcados com 14C; a recuperação da radioatividade nas fezes foi de 85-91%, na urina de 0,11-0,16%, no dióxido de carbono expirado de 0,21-0,42% e no plasma após 17 horas de 0,002-0,007% (10).
4. CONTRAINDICAÇÕES
LUFTAGASTROPRO não deve ser administrado a pacientes com hipersensibilidade ao alginato de sódio, bicarbonato de potássio ou a qualquer componente da fórmula, incluindo os ésteres.
Este medicamento é contraindicado para menores de 12 anos.
5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
A eficácia do medicamento pode ser reduzida em pacientes com níveis de ácido gástrico muito baixos.
Cada 10 mL de LUFTAGASTROPRO contém 106 mg (4,6 mmol) de sódio e 78 mg (2,0 mmol) de potássio. Estas concentrações devem ser levadas em consideração quando uma dieta com restrição de sal está recomendada, por exemplo, em casos de falência cardíaca congestiva ou insuficiência renal ou quando administrado concomitantemente com outras drogas que possam aumentar o nível de potássio plasmático.
Cada 10 mL de LUFTAGASTROPRO contém 200 mg (2,0 mmol) de carbonato de cálcio. Recomenda-se cuidado ao tratar pacientes com hipercalcemia, nefrocalcinose e cálculo renal contendo cálcio recorrente. Se os sintomas não diminuírem após 7 dias, o quadro clínico do paciente deve ser reavaliado.
Este medicamento contém metilparabeno e propilparabeno que podem causar reações alérgicas (possivelmente tardias).
Influência sobre a habilidade de dirigir veículos ou operar máquinas: LUFTAGASTROPRO não exerce qualquer influência sobre a habilidade de dirigir veículos ou operar máquinas.
Categoria de risco na gravidez: B
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Após a administração de LUFTAGASTROPRO, aguardar 2 horas para o uso de outros medicamentos, especialmente tetraciclinas, fluoroquinolonas, sais de ferro, hormônios da tireoide, cloroquina, bifosfonatos e estramustina.
7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Conservar LUFTAGASTROPRO em temperatura ambiente (15 a 30°C). Não refrigerar ou congelar.
Este medicamento tem validade de 24 meses a partir da data de sua fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Após aberto, LUFTAGASTROPRO em frasco é válido por 6 meses.
A suspensão de LUFTAGASTROPRO apresenta aspecto viscoso, esbranquiçado, com odor e sabor de menta.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
8. POSOLOGIA E MODO DE USAR
Adultos, idosos e crianças acima de 12 anos: tomar 5 a 10 mL após as três principais refeições do dia e antes de dormir.
A dose máxima diária não deve ultrapassar 40 mL.
LUFTAGASTROPRO frasco: Agite antes de usar.
9. REAÇÕES ADVERSAS
Reações muito raras (≤1/10.000): manifestações alérgicas, tais como urticária, broncoespasmo e reações anafiláticas ou anafilactóides podem ocorrer em pacientes sensíveis aos componentes da fórmula.
Atenção: este produto é um medicamento que possui nova associação no país e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
10. SUPERDOSE
Em caso de superdose, o paciente pode apresentar distensão abdominal. Neste caso, proceder com tratamento sintomático.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Referências bibliográficas
1. Mandel KG, Daggy BP, Brodie DA, Jacoby HI. Review article: alginate-raft formulations in the treatment of heartburn and acid reflux. Aliment Pharmacol Ther. 2000;14(6):669-90. Epub 2000/06/10.
2. Chatfield S. A comparison of the efficacy of the alginate preparation, Gaviscon Advance, with placebo in the treatment of gastro-oesophageal reflux disease. Curr Med Res Opin. 1999;15(3):152-9. Epub 2000/01/06.
3. Giannini EG, Zentilin P, Dulbecco P, Iiritano E, Bilardi C, Savarino E, et al. A comparison between sodium alginate and magaldrate anhydrous in the treatment of patients with gastroesophageal reflux symptoms. Dig Dis Sci. 2006;51(11):1904-9. Epub 2006/09/16.
4. Lindow SW, Regnell P, Sykes J, Little S. An open-label, multicentre study to assess the safety and efficacy of a novel reflux suppressant (Gaviscon Advance) in the treatment of heartburn during pregnancy. Int J Clin Pract. 2003;57(3):175-9. Epub 2003/05/02.
5. Uzan M, Uzan S, Sureau C, Richard-Berthe C. [Heartburn and regurgitation in pregnancy. Efficacy and innocuousness of treatment with Gaviscon suspension]. Rev Fr Gynecol Obstet. 1988;83(7-9):569-72. Epub 1988/07/01. Pyrosis et regurgitations au cours de la grossesse. Efficacite et innocuite d'un traitement par Gaviscon suspension.
6. Dettmar PW, Sykes J, Little SL, Bryan J. Rapid onset of effect of sodium alginate on gastro-oesophageal reflux compared with ranitidine and omeprazole, and relationship between symptoms and reflux episodes. Int J Clin Pract. 2006;60(3):275-83. Epub 2006/02/24.
7. Dettmar PW, Hampson FC, Jain A, Choubey S, Little SL, Baxter T. Administration of an alginate based gastric reflux suppressant on the bioavailability of omeprazole. Indian J Med Res. 2006;123(4):517-24. Epub 2006/06/20.
8. Combination of cimetidine and alginic acid: an improvement in the treatment of oesophageal reflux disease. Cooperative Oesophageal Group. Gut. 1991;32(7):819-22. Epub 1991/07/01.
9. McGlashan JA, Johnstone LM, Sykes J, Strugala V, Dettmar PW. The value of a liquid alginate suspension (Gaviscon Advance) in the management of laryngopharyngeal reflux. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2009;266(2):243-51. Epub 2008/05/29.
10. Humphreys ER, Triffitt JT. Absorption by the rat of alginate labelled with carbon-14. Nature. 1968;219(5159):1172-3. Epub 1968/09/14.
Dizeres legais.
MS 1.7390.0005
Siga corretamente o modo de usar, não desaparecendo os sintomas procure orientação médica.
Esta bula foi aprovada pela ANVISA em 28/01/2019.